Se uma pessoa acabou de entrar na vida humana, se esta for sua primeira ou segunda encarnação como um ser humano, se sua propensão para a vida animal for ainda muito forte, ou seja, se seus desejos impuros não foram satisfeitos nas suas encarnações passadas, durante o reino animal em si, então esse ser humano precisa voltar à vida animal. O que acontece é que chega a hora em que parte da sua vida animal se torna completamente desperta e quer entrar na vida humana. No entanto há uma parte dela que não se encontra completamente preparada para a vida humana. Ainda assim, a alma vem para a existência humana, apesar de estar imperfeita, apesar de não estar totalmente preparada para isso. Mais tarde então ela é compelida a retornar à vida animal, pois sua parte não-iluminada não foi ainda transformada e tem tendências animais e desejos muito poderosos.
Outra razão ocorre quando o vital inferior — o insatisfeito, insaciável vital — de um ser humano comum está causando a ele um sofrimento insuportável e doloroso. Se ele sentir que no reino animal há uma oportunidade maior para desfrutar do vital mais vulgar, do prazer físico grosseiro, essa alma em particular então, entrará no reino animal por alguns meses de modo que possa gozar dos prazeres mais vulgares com toda liberdade. Não será por um ano ou dois, mas somente por um período bem curto. Quando o prazer se esgotar, quando a experiência necessária terminar, a alma retornará para a mundo humano de vez.
O homem transcendeu o animal, porém não inteiramente. Dentro de nós existe um animal. Através da nossa oração e meditação conscientes, estamos tentando transcender completamente o animal. Dentre aqueles que estão aqui reuni-dos, ninguém irá se tornar um animal em suas vidas posteriores, pois nós estamos muito mais desenvolvidos. Quando começamos a ter aspiração, a alma já se encontra muito desenvolvida para que possa retornar ao reino animal. Nem uma simples alma presente aqui nesta noite terá alguma outra encarnação animal.From:Sri Chinmoy,Morte e Reencarnação: A Jornada da Eternidade, Agni Press, 1973
Fonte: https://pt.srichinmoylibrary.com/dr